Encontro Mercado reúne agências e clientes de Linhares e Colatina para discutir futuro da TV 3.0

Texto: Julio Barros*

A TV do futuro, chamada de TV 3.0, está mais próxima do que você imagina. E esse foi justamente o assunto do Encontro Mercado, evento da Rede Gazeta que foi realizado na última segunda-feira (2) em Linhares e Colatina, nas TV Gazeta Norte e TV Gazeta Noroeste, respectivamente. O encontro reuniu agências de publicidade da região, além de parceiros das emissoras.

O especialista convidado para trazer os detalhes das novas tecnologias foi o Paulo Henrique Castro, fundador do Mediatech Lab, startup especializada em tecnologias emergentes e consultoria de inovação e planejamento estratégico. PH, como é conhecido, é ex-diretor de Tecnologia e P&D da Globo e desempenhou um papel importante na implementação da TV Digital no Brasil. Hoje, ele atua nas discussões de desenvolvimento da TV 3.0, por meio do Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (Fórum SBTVD).

“O Brasil é referência mundial em padronização técnica da engenharia da televisão. Este é mais um passo para o futuro. Com a TV 3.0 será possível viver uma experiência onde se pode personalizar, rever, pausar, curtir e compartilhar conteúdo. Ela ainda contará com recursos de alertas, acessibilidade, chat, compras online, troca de câmeras, jogos, realitys e muito mais”, explicou PH.

Durante a palestra, o especialista detalhou que em 2025 serão realizados os testes por meio de protótipos da nova TV, e, em 2026, a expectativa é que a Copa do Mundo seja assistida nos novos aparelhos com a tecnologia da TV 3.0. Novidades que deixaram o público animado.

Gilmar Delatorri, diretor comercial da Mega Link, uma empresa de Linhares, por exemplo, está empolgado com as novas possibilidades da TV do futuro, não somente no que diz respeito ao uso como fonte de informação e entretenimento, mas também com o uso comercial da nova TV aberta.

“Você vai assistir o que quiser e quando quiser, inclusive, se você perder alguma programação, poderá buscar para assistir. É a TV aberta com as facilidades do streaming. Sem falar na possibilidade de novos formatos, novos públicos e formas para anunciar. Eu acho que vai revolucionar. Vai ser muito bom para o mercado”, ressalta Delatorri.

Já o Robson Santana, dono da Configure Software, também uma empresa de Linhares, conta que ficou impressionado com os sinais adotados para a transmissão da TV 3.0.

“Como sou da área da tecnologia, existem alguns elementos que chamaram a minha atenção. Fiquei pensando ‘como a TV iria levar a programação até o espectador? Será que seria via internet?’ E então eu percebi com o PH que em determinado momento não se precisa de internet para que a programação da TV aberta chegue até as pessoas, o que continuará via satélite”, comenta.

Alcance da TV

A gerente de Marketing do Mercadão, Michelli Gumiero, que atua em Colatina, explica que a televisão é a principal mídia para divulgar a empresa. “Na nossa estratégia, a TV ainda é o principal meio de comunicação, apesar de também investirmos em redes sociais, rádio e panfletos impressos. A TV se adapta ao meio digital, e combinamos diferentes mídias para alcançar nosso público, que inclui diversas faixas etárias. A televisão ainda atinge a maioria das pessoas, e acreditamos na importância de manter um equilíbrio entre os diferentes canais”, conta Michelli.

Outro ponto levantado por Alessandro Labanca, diretor da Unopar e presidente da CDL Colatina, é o papel da TV como veículo que contribui com a educação. “A televisão desempenha um papel crucial não apenas na propaganda, mas também na educação e na aproximação de pessoas. Ela oferece informações valiosas e capacitação, funcionando como um meio para cursos e vendas, além de conectar pessoas sem a necessidade de deslocamento. É importante reconhecer que a TV vai além da propaganda, contribuindo significativamente para o aprendizado e o acesso ao conhecimento”, observa.

Acesso a informações atualizadas

A diretora regional da Rede Gazeta, Maria Helena Vargas, acompanhou a palestra ministrada por PH Castro

Para Maria Helena Vargas, diretora das Regionais Norte, Sul e Noroeste da Rede Gazeta, a palestra do PH sobre a TV 3.0 é um alerta para novas oportunidades. De acordo com ela, as mudanças vão fomentar novos negócios e abrirão espaço para pequenos anunciantes. O Encontro Mercado, portanto, é uma forma de compartilhar informações atualizadas sobre o segmento da publicidade.

“Estamos observando uma nova era na segmentação publicitária, principalmente por localização. Isso cria oportunidades significativas para anunciantes que tradicionalmente pagam taxas para uma cobertura ampla, mas só têm interesse em atingir uma microregião específica. Muitas vezes, eles evitam anunciar por não querer pagar para atingir um público além do necessário. Com a nova segmentação, será possível direcionar campanhas para públicos muito específicos, semelhante às estratégias de internet e redes sociais. Isso é particularmente benéfico para pequenos anunciantes que buscam atingir nichos de mercado. A TV Gazeta está se preparando para a TV 3.0, pronta para aproveitar ao máximo essas novas possibilidades de segmentação”, ressalta.

A gerente comercial da TV Gazeta Norte, Maria Elena Lani, afirma que um encontro como este é primordial, principalmente para as agências. “É importante que entendam um pouco mais do futuro da TV para que pensem em como inovar e interagir com TV 3.0”, destaca.

Guilherme Astorre, gerente comercial da TV Gazeta Noroeste, concorda com Maria Elena Lani e reforça que as mudanças serão fundamentais, principalmente no interior. “Trouxemos essa conversa porque queremos que nossos parceiros compreendam os impactos das mudanças. Com a crescente tendência de investimentos em mídias digitais, a TV 3.0 traz um novo olhar para a televisão e reforça a importância deste meio”, afirma.

O que muda com a TV 3.0?

Antes de falar sobre o que muda com a TV 3.0, vale resgatar uma linha do tempo da televisão no Brasil:

– Em 1950 conhecemos a TV 1.0, que era analógica e em preto e branco;
– Em 1972 evoluímos para a TV 1.5, ainda analógica, mas agora, em cores;
– Em 2007 veio a TV 2.0, digital HD, com mais mobilidade e interatividade;
– Em 2021 foi a vez da TV 2.5, HDR, com áudio imersivo e DTV Play;
– O que esperar para 2025? A TV 3.0 será uma experiência fluida em escala.

Isto é, quando chegaram ao mercado, os aparelhos em HDTV foram aclamados por sua alta qualidade de imagem e pela mobilidade, mas a interatividade foi pouco explorada. De acordo com PH Castro, a TV do futuro é uma experiência totalmente nova, moderna e interativa. É uma integração dos mundos da TV e da internet.

“É a integração do alcance, gratuidade, qualidade e acessibilidade da TV aberta com a facilidade, interatividade, experiência de consumo mais personalizado e a medição de dados censitários da TV Digital que a gente já conhece, mas de forma potencializada. É a TV aberta inserida, definitivamente, na economia digital”, detalha PH.

Outros dois Encontros Mercados sobre o tema já foram realizados. Um foi na sede da Rede Gazeta, em Vitória. E o outro em Cachoeiro de Itapemirim, na TV Gazeta Sul.

*Julio Barros é residente do 27º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta. Texto sob supervisão da coordenadora de comunicação mercadológica da Rede Gazeta, Lara Rosado

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